A Antroposofia procura responder às perguntas mais profundas do homem por meio da razão, porém sem negar-lhes anseios espirituais. Possibilita novas perspectivas ao ser humano na ampliação de suas faculdades mentais, elevando sua percepção e seu pensar a outras dimensões. Considerando o homem uma síntese de todo Universo, dimensão que permeia e transcende a física.
Os resultados das pesquisas antroposóficas serviram de fundamento para iniciativas sociais – a Pedagogia Waldorf, a Medicina e Farmacologia, a Agricultura Biodinâmica, a Educação Terapêutica e a Pedagogia Social.
A estrutura das escolas Waldorf busca colocar em prática os princípios da Trimembração Social propostos por Rudolf Steiner: o princípio da Liberdade, no âmbito da atividade cultural, o da Igualdade, no âmbito do jurídico-administrativo, e o da Fraternidade, no que diz respeito ao econômico.
A Antroposofia entende que o que distingue o homem dos outros seres da natureza é a sua capacidade de decidir sobre si mesmo e de fazer escolhas conscientes. O propósito de uma Escola Waldorf é, portanto, formar indivíduos em condições de zelar por sua liberdade, prontos a responder por suas decisões, de modo a garantir não apenas o seu bem-estar pessoal, mas sua contribuição ao mundo.
A aprendizagem que privilegia apenas o intelecto dificilmente atinge o ser humano por inteiro. As emoções e sensações que acompanham a experiência de aprender dão sustentação ao que é captado intelectualmente. Na Escola Waldorf, a expressão artística, presente em todas as áreas do conhecimento, favorece e possibilita essa integração, ao expor livremente os anseios humanos. Quando a informação é elaborada no intelecto (pensar), passa pelos órgãos dos sentidos (sentir) e determina uma vontade (agir), ela se transforma em conhecimento. Pensar, sentir e agir é o caminho da aprendizagem.
O homem reproduz em seu desenvolvimento a evolução da civilização humana. O currículo de uma Escola Waldorf acompanha e respeita esse tempo de crescer. O conteúdo é transmitido de acordo com a fase de desenvolvimento em que o aluno está, de modo que ele possa reconhecer dentro de si as experiências para as quais está pronto a viver. Ao entrar para a escola, a criança muito pequena é estimulada pela curiosidade, alcançando pouco a pouco o domínio da linguagem, da escrita, dos números e das ciências. Espera-se que, ao terminar o ensino médio, o jovem esteja, por fim, apto a se identificar com o homem contemporâneo.
A criança pequena é inteiramente força de vontade, ela só quer brincar e se movimentar. A forma de brincar da criança é influenciada pela fantasia, que vem de dentro e pela imitação – ela imita o trabalho e os gestos dos adultos. E aqui os educadores têm que estar atentos aos seus gestos e posturas diante da criança. O ritmo é muito saudável para a criança, pois dá segurança. Busca-se cultivar, diariamente, os bons hábitos de higiene, alimentação, respeito, veneração e socialização. A criança nos sete primeiros anos de vida por não possuir ainda responsabilidade sobre si e autonomia, necessita da atenção dos adultos para sinalizar que atividades são necessárias ao seu bom desenvolvimento no dia a dia. Ao adulto cabe a tarefa de todos os dias fazer atividades que se repetem numa sequência que dê à criança segurança, desenvolvendo assim a confiança de que tudo vai ocorrer de forma a suprir suas necessidades diárias. Assim como em tudo na natureza há um ritmo de nascimento, crescimento, amadurecimento e fenecimento, a criança que é educada seguindo um ritmo adequado a sua idade e necessidades, adquire saúde para toda sua vida pois é na infância que seu organismo está sendo formando.
O ambiente da sala de jardim de infância é muito importante e deve ser aconchegante. A sala se compõe de pequenos ambientes, como o “quarto das bonecas” ou a “cozinha”. Há mesas grandes para que as crianças tenham uma vivência do social nas refeições e algumas outras atividades, como a culinária ou aquarela. Há cavaletes e panos para a construção de cabanas, circo… Os brinquedos são de madeira e as bonecas são de pano. Há ainda sementes, conchas, pedras, toquinhos de madeira, lã de carneiro, capas, saias, panos, giz de cera e cera de abelha para que a criança possa criar e usar a fantasia que lhe é inerente. A área externa é muito arborizada com árvores frutíferas inclusive e flores.
Há caixas de areia, água, balanços, escorregadores, gangorras e pontes. Há muito espaço onde a criança poderá desenvolver a motricidade. Na idade pré-escolar, a criança desenvolve-se em grande parte através do brincar. O brincar é tão importante e sério como o trabalho para o adulto. Ao brincar, a criança vai adquirindo experiências e vivências com as quais vai aprendendo a se situar em seu meio ambiente.
É no brincar que a criança conhece o mundo e a si mesma e desenvolve capacidades de relacionamento social e coordenação motora. A criança pequena é inteiramente força de vontade, ela só quer brincar e se movimentar. A forma de brincar da criança é influenciada pela fantasia, que vem de dentro e pela imitação – ela imita o trabalho e os gestos dos adultos. E aqui os educadores têm que estar atentos aos seus gestos e posturas diante da criança.
O ritmo é muito saudável para a criança, pois dá segurança. Busca-se cultivar, diariamente, os bons hábitos de higiene, alimentação, respeito, veneração e socialização.
O professor de classe
Cada grupo de alunos que ingressa no primeiro ano terá um (a) professor (a) que acompanhará essa turma durante os oito anos do Ensino Fundamental. Além de ministrar as matérias básicas para as quais estiver apto, através da intensa convivência, o professor tem a possibilidade de conhecer em profundidade cada criança e pode desenvolver um acompanhamento mais individualizado e balizado nas necessidades de cada uma delas. O professor da classe acompanha o grupo em viagens, estabelece o elo entre as famílias das crianças e objetiva criar um grupo social integrado entre elas.
O ensino em épocas
A Pedagogia Waldorf desenvolveu as épocas como forma de possibilitar aos alunos um maior aprofundamento dos grandes temas trazidos. Assim, como exemplo, é dada uma época de História por 3 ou 4 semanas e a criança vivencia uma integração de matérias que gira em torno do tema abordado. Pode-se seguir uma época de Matemática ou de Português e assim, sucessivamente, as épocas se desenrolam ao longo do ano. O ensino em épocas possibilita que os alunos recebam os conteúdos de uma forma não fragmentada, desconectada com o todo ou ainda de uma forma superficial. Através desse sistema, a criança pode efetivamente “mergulhar” e vivenciar profundamente cada matéria.
Integração entre as matérias
Desde o 1° ano Waldorf, as matérias complementares como: Música Instrumental, Canto, Trabalhos Manuais, Artes Aplicadas, Pintura, Desenho, Desenho de Formas, Euritmia, Educação Física, Dramatização e Teatro acompanham o conteúdo curricular e são desenvolvidos de acordo com a maturidade. As matérias representam não só um complemento curricular, mas fazem parte de um todo que propiciará à criança, um desenvolvimento saudável e global. O conteúdo de cada matéria segue a linha mestra ou, como costumamos chamar, o “fio vermelho do ano”. Este “fio” tece o cenário no qual terá lugar o desabrochar da criança e o desenvolvimento das capacidades necessárias à sua harmonia. Nesse cenário, ela também poderá exteriorizar suas habilidades individuais.